FREAKS INDICA

Baú da Freaks: Inumanos (1998)

Depois de uma série de erros, literalmente uma série cheia de erros, decidi ir atrás da verdadeira história dos Inumanos, alguns dos seres mais intrigantes do universo Marvel. Nossa trajetória começa aqui, com esta crítica SEM spoilers da obra de 1998.

Humanos e inumanos se acham superiores, no entanto, exemplificam as falhas existentes em toda sociedade
Humanos e inumanos se acham superiores, mas exemplificam as falhas existentes em todas as sociedades

Em um breve resumo da história, somos situados em Atillan, lar dos Inumanos, governada por Raio Negro. A sociedade construída por eles é única, com seres considerados verdadeiros deuses. Essas criaturas fantásticas são transformadas durante a adolescência, quando já estão devidamente treinadas para entender e conhecer sua verdadeira forma.

Em 12 volumes certeiros, os quadrinhos exploram bem os personagens principais, seus traumas, poderes e pensamentos. Existe muita profundidade na obra. É interessante como mostram a diversidade de um povo que é singular em si próprio e ao mesmo tempo representa toda uma espécie, tendo que lidar com suas diferenças e a semelhança de simplesmente não ser igual a raça humana.

“A diversidade gera igualdade”

A mitologia dos Inumanos é muito rica, quem já assistiu Agents of Shield tem uma pequena base sobre o assunto, mas a sociedade de Atillan é muito diferente e, até certo ponto, praticamente uma utopia do que poderia ser a nossa.

Na trama vamos acompanhar também o aspecto político e social das nações. As críticas são pontuais e colocam o dedo na ferida de questões como: escravidão, colonização, guerras geradas em busca de riquezas (ouviu Estados Unidos?), a incapacidade de compreender o diferente e até mesmo a importância do voto (sejam conscientes no dia 15 Freaks!).

Além de ter uma história boa, o desenho deste quadrinho é magnífico, acho um dos mais bonitos dentre os que já li até agora. A expressividade nos traços de Máximus que inspiram medo e loucura são lindos de ver.

A construção da personalidade e da caracterização de Máximus é assustadoramente boa
A construção da personalidade e da caracterização de Máximus é assustadoramente boa

A única coisa que me incomoda um pouco é essa demora para revelar o grande plano que finalizará a história (o plano é bom, mas o tanto que enrolam com ele é insuportável), foi algo que me fez ficar impaciente. Acaba que por causa disso, o final não é excelente como o resto do quadrinho, é só bom.

Mas isso de maneira alguma faz com que eu não indique esta HQ, que definitivamente é uma das melhores e mais originais histórias que li, e merecidamente ganhou o prêmio Eisner.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *