Fumaça e Sombra é sobre a superação de traumas e a reconstrução de uma família (COM Spoilers)
Em Fumaça e Sombra, voltamos a nos focar em Zuko e seu retorno para a Nação do Fogo, que é ameaçado por uma profecia contada pelos Kemurikage, figuras misteriosas que só existiam nas lendas e dizem ao pai pai de Mai: “remova Zuko do trono ou o país perecerá!”.
Com isso, ele e outros líderes que perderam o poder com o mandato de Zuko se reúnem e criam um grande plano para fazer com que Ozai volte ao trono, no entanto, em meio a jogos de espionagem, Mai acaba descobrindo sobre isso e, apesar de estar separada de Zuko, faz de tudo para salvar a vida de seu ex-namorado.
Confesso que é bom ter um pouco mais de Mai e Ty Lee, duas personagens que nos desenhos eram extremamente temidas pelo time Avatar e que apesar de terem muito carisma, não foram tão desenvolvidas na época. Aqui vemos as duas tomando decisões que tem relação com suas próprias vidas e objetivos, diferente de quando estavam com Azula.
Ao descobrirem sobre o plano da Sociedade Nova Ozai, que é de tirar Zuko do poder, Ty Lee manda uma mensagem para suas irmãs, as guerreiras Kyoshi, que tem a função de proteger o novo Senhor do Fogo e essa é definitivamente minha parte preferida da HQ, ver Zuko indo por uma rota alternativa com Suki, sua mãe, irmã e padrasto, enquanto tio Iroh entrega TUDO sendo isca e incorporando os trejeitos do sobrinho.
Depois de lutas tensas e que acabam com Zuko derrotando os membros da Sociedade Nova Ozai, vemos Ursa retornar ao Palácio depois de muitos anos foragida, e para nós que acompanhamos tudo o que ela sofreu em A Busca, é mais do que evidente que aquele é um lugar cheio de gatilhos para a mulher, atrapalhando ainda mais sua reaproximação de Zuko e a construção da família estruturada que sempre quis.
Aqui, a narrativa é focada em três pontos: O desaparecimento de Tom-tom (irmão de Mai), assim como o de outras crianças, a luta contra a Nova Ozai e a reestruturação da família de Zuko, e devo dizer, todas as tramas são envolventes e se entrelaçam em uma das melhores HQs de Avatar até o momento, não que isso seja absurdo, já que todas são muito boas.
Para deixar as coisas ainda mais frenéticas, temos a volta de Azula, que com suas irmãs de batalha, é quem está sequestrando as crianças como uma forma de fazer o povo se revoltar contra o reinado de Zuko. Algo que achei interessante é que ela não pareceu se importar muito com Kiyi, sua irmã mais nova e que também foi raptada por ela. Acho que essa foi uma coisa que realmente faltou, afinal, conhecemos a Azula e a obsessão dela pela falta de apreço da mãe.
No entanto, algo que não mudou foi o amor e a necessidade que Zuko tem de se aproximar de sua disfuncional irmã, apesar de todo diálogo que ele tem com ela terminar sempre em combate. Gostei demais desse novo objetivo da Azula, que é transformar Zuko no mais temido Senhor do Fogo de todos os tempos, tenho certeza que esse plot ainda será abordado em outras HQs e mal posso esperar por isso.
Para finalizar, nada mais justo do que eu falar para vocês o quão significativo foi ver Ursa se livrando das amarras do medo que sentia de Ozai, vendo quem ele é de verdade: um homem sozinho, cruel e que nunca receberá amor, um ser digno de pena. Ver mulheres saindo de ciclos abusivos e traumáticos é lindo e isso foi mostrado com toda a sensibilidade que Avatar tem.