Homem com H: a ousadia de ser livre

Entrei na sessão de Homem com H sem grandes expectativas, não porque eu esperava pouco do filme, mas por conhecer quase nada da história de Ney Matogrosso. Por isso, leve essa informação em consideração ao ler esse texto.
Que Ney é um grande músico e representativo para o comunidade LGBTQIAPN+ eu já sabia, mas não esperava me deparar com uma pessoa tão fantástica e, garanto, se a intenção do filme é nos fazer ouvi-lo mais, certamente fez um bom trabalho.
O filme aborda a vida do cantor até o momento presente, com alguns saltos temporais e uma pincelada em partes marcantes de sua história, como sua atuação em Secos e Molhados, o começo da carreira solo, a censura causada pela ditadura, o encontro com Cazuza, as perdas causadas pelo HIV e sua pulsante veia artística no meio de tudo isso.
Tudo aqui é brilhante: os figurinos, as músicas, a performance no palco, a atuação sem igual de Jesuíta Barbosa, a direção, as cenas de sexo! Não sei se esse é um filme de festival, mas deveria ser e com toda certeza merece prêmios por ser muito além do convencional. Que delícia assistir um filme brasileiro assim!
Ney Matogrosso é único e Homem com H faz um bom trabalho mostrando isso. Conhecemos as ideias do artista, mas conseguimos entender também o humano, a pessoa apaixonada pela arte e pelo amor, ouso dizer, um dos homens mais sexys a existir.
O filme está em cartaz nos cinemas e eu recomendo demais que vocês assistam.