The Bear evidencia seu protagonista e perde com isso
É impressionante como o Carmy sempre é oito ou oitenta. Na nova temporada de The Bear, vemos o chefe de cozinha correndo atrás do que havia deixado de prestar atenção na última temporada da série: a busca pela excelência. E é nesse aspecto que a obra perde um pouco da qualidade, quando retoma o foco para seu personagem principal.
Não faz muito sentido quando eu digo, mas é verdade. The Bear funciona por conta de seus personagens secundários como Sugar, que teve um ótimo episódio esse temporada; Tina, um outro exemplo da mesma situação; Richie, que acabou virando meu preferido e agora é um poço de quase sempre sensatez; e Sidney, que ao meu ver está passando pelo mesmo processo de Carmy, conhecendo um chefe que a pressiona para moldá-la, o próprio The Bear.
Se antes víamos flashbacks daquele chefe horrível destruindo o psicológico do Urso, agora assistimos ele fazendo a mesma coisa com os funcionários do restaurante, todos desgastados pelas altas demandas, mudanças inesperadas e grandes exigências. Alguém aí se identificou? Eu particularmente conheço muitos ambientes assim.
O ponto é que quando a gente passa anos convivendo com chefes abusivos e em ambientes autoritários, como vemos acontecer aqui, mesmo quando nos deparamos com dinâmicas mais saudáveis normalmente não absorvemos tanto delas, pode acontecer até de não as acharmos efetivas. Daí vem o comportamento de Carmy, que sem perceber, começa a gerar a ansiedade contra a qual tanto luta.
Particularmente essa não é a minha temporada preferida de The Bear, ainda mais pela insistência em continuar a história da Claire e do Carmy. Entendo, mas acho chato. Fora isso, a série continua muito boa, especialmente quando estamos falando de atuações e trilha sonora.
The Bear está disponível no Disney+.