Assassination Nation: cada vez mais atual e assustador
Assassination Nation já estava no meu radar faz uns anos, eu particularmente gosto dos trabalhos do Sam Levinson (The Idol obviamente é uma exceção) e queria ver como ele trabalharia em um filme que no geral é mais dark que Euphoria, mas ainda assim, é sobre os jovens de hoje e a relação deles com a internet.
Como já disse, eu não esperava algo leve e realmente fiquei mal em alguns momentos do filme, especialmente com a situação do personagem do Colman Domingo, que até agora eu tô tentando absorver porque sendo verdade ou não, é horrenda.
Além disso, temos as tramas de Bex e Lily, que são extremamente brutais e cada vez mais reais. Me assusta porque eu consigo imaginar uma situação em que os vazamentos dos conteúdos íntimos de alguém geraria tamanha revolta a ponto de tentarem mata-la, o mesmo sobre a Bex, que está sendo alvejada apenas por existir.
O filme era para ser absurdo, a violência deveria parecer escrachada, mas a única hora em que eu consigo aceitar/ achar um pouco disso, e é bem pouco mesmo, é no momento em que as meninas se revoltam e começam a atacar de volta. A cena toda é uma metáfora, especialmente quando outras mulheres começam a sair de suas casas para apoia-las, mas não deixa de ter um quê verdadeiro e virou sim meu momento preferido do filme.
Quanto a parte estética, ela é impecável! O filme passa uma vibe de terror americano em muitos momentos e, em suas cenas de ação, consegue trazer uma energia tão geração Z, com os casacos vermelhos e a cena de assassinato da personagem da Bella Throne, que morre enquanto está fazendo uma coreografia de líder de torcida. É marcante e bem feito, dá pra saber que um grande cuidado foi empregado ali.
Esse é um filme cheio de gatilhos, eles são inclusive apresentados bem no começo do longa, então se você não estiver emocionalmente bem para ser exposto a conteúdos que de alguma forma levantem essas discussões, recomendo que não assista, não te fará bem! Do contrário, Assassination Nation é uma experiência crua, pesada e real que pelo menos em algum ponto te fará refletir.
