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Baú da Freaks: Avatar- Desequilíbrio

Avatar- Desequilíbrio
HQ traça paralelos interessantes com a nossa realidade

Com a arte um pouco diferente das que tinha visto até agora, confesso que comecei Desequilíbrio com certo preconceito, mas como em todas as outras HQs de Avatar, fui rendida e logo estava devorando as páginas rapidamente, inclusive, acredito que esse foi o quadrinho da saga que eu li mais rápido.

Bom, em Desequilíbrio nós voltamos para as Indústrias de Fogo e Terra, lembram delas? Conhecemos em A Fenda! Lá, o time Avatar é surpreendido pela quantidade de mudanças na pacata cidade que antes era território sagrado dos monges do ar, sendo que agora, o local triplicou de tamanho, abriga inúmeras indústrias e também passou a ter uma recepção nada calorosa.

Quando o pai de Toph pede para que Aang participe de uma reunião do conselho de negócios, nosso enredo principal se evidencia, o local está sofrendo um enorme conflito entre dominadores e não dominadores, com combates diretos, sabotagem de máquinas e roubos que tornaram a cidade em um lugar muito perigoso.

Uma das coisas que mais gostei aqui é esse conflito civil que se mistura muito com a nossa realidade, os dominadores perderam seus empregos com o avanço das máquinas, sendo substituídos por não dominadores que “custavam mais barato”, com isso aumentaram as taxas de roubo, violência e desemprego, vocês conseguem fazer alguma relação com isso? Eu consigo pensar na revolução industrial, na situação de pessoas refugiadas, nos privilégios e na busca por igualdade, que muitas vezes gera a revolta de certos grupos conservadores.

É espetacular como podemos tirar várias mensagens da história, que é muito profunda e nos faz questionar que tipo de progresso buscamos, será que qualquer evolução é válida? Ainda nesse sentido, temos novamente Toph e Aang juntos mas em lados opostos, enquanto o Avatar se mostra mais flexível, a dominadora de terra quer que as pessoas que incitam essa violência sejam castigadas, que sirvam de exemplo.

Um detalhe que eu preciso aplaudir é que a vilã, que aos nossos olhos já é óbvia desde o começo, não engana nossos protagonistas, que mostram toda a competência que tem ao usar as habilidades investigativas de Sokka, a esperteza de Toph e a calma de Aang e Katara para resolver a situação de uma forma diferente, estando um passo a frente dos radicais inimigos.

Após diversos conflitos que não se resolvem, mas nos fazem entender que tudo é colocado em ordem aos poucos, Aang nos fala algo que bateu bem forte em mim e que me fez discordar das resoluções rápidas de Toph pela primeira vez: o problema da nossa vilã não é ser dominadora de elemento, é agir de má fé, e nada mudaria se seus poderes fossem retirados. Essa é a última HQ de Aang que se passa após a animação, mas logo venho com uma crítica de Katara e a Prata do Pirata, história solo da personagem.

Até a próxima dobradores!

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