Entrevista com o Vampiro (filme) tem seus destaques, mas pouco charme
Depois de ver a série que adapta Entrevista com o Vampiro, decidi reassistir o filme, que em minha memória, era bem mais interessante do que a obra que assisti agora. Talvez seja por conta da produção do AMC, que me entregou profundidade, atualização e complexidade, ou ainda, um efeito do tempo, responsável por deixar certas cenas menos impactantes, mas o fato é que eu esperava mais do longa estrelado por Tom Cruise e Brad Pitt.
Seguindo o livro de Anne Rice, aqui, um jornalista biógrafo entrevista um jovem que afirma ser vampiro. Louis de Pointe du Lac, um homem que perdeu tudo, narra suas experiências dos últimos 200 anos e reconta seu encontro com Lestat de Lioncourt, uma criatura da noite. Com menos contexto na melancolia de Louis e na relação hipnótica que cria com Lestat, a obra só acerta muito na dinâmica que os dois possuem com Claudia, interpretada brilhantemente por Kirsten Dunst.
Para além da atriz, também acho o trabalho de Brad Pitt muito bom, pois nele há um traço muito importante de Louis, que é essa busca incessante por significado, por completude. Quanto ao Tom Cruise, me desculpem, mas sinto que ele não consegue entregar o charme de Lestat, nem ao menos o terror que sempre segue o personagem, o tornando uma figura pouco interessante.
Por fim, é claro que preciso falar sobre como esse é um filme que a todo momento parece tentar desconstruir as dinâmicas afetivas entre os personagens masculinos e, faz isso, colocando umas mulheres aleatórias e extremamente sexualizadas em cena, isso definitivamente me incomodou.
O filme está disponível na HBO Max.
