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Adaptações Joça: Street Fighter – A Batalha Final

Street Fighter
Roteiro e direção: Steven E. de Souza / Gênero: ação – aventura / Ano de lançamento: 1994 (EUA) 1995 (BRASIL)

Lembro bem da empolgação que eu senti quando moleque assim que soube da existência dessa bomba em forma de filme. Quando o assisti, na clássica “Tela de Sucessos” do SBT, mesmo sendo criança, tive o senso de notar que o que foi apresentado não chegava nem a unha do dedão dos animes e jogos que cresci acompanhando!

“Street Fighter – A Batalha Final” foi lançado em 1994, tendo como protagonistas o grande ícone dos filmes de luta dos anos 90 Jean-Claude Van Damme e o inesquecível Raúl Juliá, mais famoso por sua colaboração em filmes como “A Família Addams” e “O Beijo da Mulher Aranha”. Esse inclusive foi o último papel de Juliá em vida. O ator faleceu por volta de dois meses antes do lançamento do filme.

Quando pensamos em um filme baseado em um jogo de luta, tendo como um de seus principais atores um dos maiores nomes do gênero, claro que a expectativa é que o resultado da obra venha a ser um filme com boas e instigantes cenas de luta, certo?

MAS NÃO!

Essa droga está bem mais ocupada em gastar seu tempo com explosões mal executadas, tiroteios aleatórios, diálogos rasos e cenas chatas e gratuitas. O enredo de “Street Fighter – A Batalha Final” consiste basicamente no General M. Bison, no caso aqui o Raúl Júlia, sequestrando membros voluntários de uma tal de “Nações Unidas” e exigindo uma alta quantia em resgate, que usaria com o objetivo de construir seu império, intitulado de “Bisonópolis” (ISSO MESMO QUE VOCÊ LEU: BISONÓPOLIS!).

PS: Baita plano, Bison. Ia dar super certo na vida real!

No mais, o Coronel William Guile, o Van Dame, passa o filme bolando planos mirabolantes e inacreditáveis para tentar impedir Bison, algo que, se analisarmos, ele poderia resolver com simples interrogatórios. Outro ponto desse filme que me incomodou bastante foi o fato de os produtores terem simplesmente colocado o Ken e o Ryu, os personagens principais dos jogos e dos animes, como dois babacas que em quase nada somam para o enredo, que em si já é uma joça.

Se eles queriam dar protagonismo ao Guile, pelo fato de ele ter uma nacionalidade americana e o filme ter sido produzido nesse solo, tudo bem. Mas não precisava esculachar os dois grandes nomes da franquia japonesa da forma que fizeram!

Outra joça presente nessa joça é a presença da atriz Ming-Na Wen, responsável por viver a personagem Chun-li. A atuação de Ming aqui é de dar vergonha alheia em qualquer pessoa com mais de dois neurônios. Extremamente robótica e caricata, o desempenho de Ming em minha visão foi um dos principais fatores que fizeram esse filme ter o resultado que teve. Em alguns momentos, parecia até que ela estava tentando uma ponte para protagonizar uma novela do SBT.

Street Fighter
Ming-Na Wen “arrasando” como Chun-Li

A colaboração de Juliá, sem dúvidas, fez com que “Street Fighter – A Batalha Final” acabasse não sendo pior do que foi. O ator sabia que seria seu último papel em vida e só o aceitou como um presente de despedida para seus filhos, fãs da obra original que queriam muito ver o pai atuando como Bison. No mais, por causa dessa bomba, possivelmente nenhuma grande empresa vai jamais se interessar em fazer um filme decente de Street Fighter. Os jogos e os animes da Capcom são um grande legado da cultura oriental, e não mereciam ser, de forma nenhuma, transformados em um dos piores filmes de luta da história do cinema.

É isso, pessoal. Até a próxima edição do Adaptações Joça!

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