Eu Sei Que Vou Te Amar: poesia em filme

A primeira obra que me veio à cabeça quando comecei a assistir Eu Sei Que Vou Te Amar foi Malcolm e Marie, já que estamos falando sobre as brigas e reflexões de um casal durante toda uma noite, em um mesmo cenário. Mas como Eu Sei Que Vou Te Amar é um filme dos anos 80, minha fala deveria ser a seguinte: Malcolm e Marie lembra e, provavelmente, deve ter bebido muito da fonte de Eu Sempre Vou Te Amar.
O filme apresenta uma Fernanda Torres mais jovem, mas com o mesmo talento e presença em cena. Eu verdadeiramente me apaixonei ainda mais por ela aqui, as roupas e a estética da personagem são impecáveis e deixam claro o porquê do nosso outro protagonista não conseguir tirá-la da cabeça.
Com um texto e subtexto sensual, o filme é praticamente um poema declamado. As cenas e a forma como os personagens agem se assemelha ao tipo de atuação que eu estou acostumada a ver em peças de teatro, o que também dá um toque surreal para a trama.
Somos convidados a entender a mente desse casal que ainda se ama, mas está separado há 3 meses. É possível ir montando o passado dos dois por meio das informações que recebemos ao longo do filme, mas a graça é acompanhá-los existindo no momento de agora, com os seus bravejos, frustrações e a vontade infinita que tem de ficar um com o outro.
Essa é definitivamente uma experiência e, eu não sei se recomendo para todo mundo, porque acredito que tem gente que gosta de obras mais dinâmicas, algo que aqui, só passa a acontecer quase na metade do filme. Veja bem, a linguagem não é a que costumamos ver em obras produções midiáticas e isso é bom, mas diferente.
De qualquer forma, Eu Sei Que Vou Te Amar é um ótimo filme!