Senna: ótimo na pista, regular fora dela
Eu não era nascida durante a época em que Senna trilhava sua jornada para se tornar um dos melhores pilotos do mundo e, consequentemente, um herói nacional. Sinto falta do que não vivi, pois sei e confirmei enquanto via Senna, a série da Netflix, que este foi um momento mágico para o nosso país, no qual realmente nos sentimos representados mundo à fora.
A obra acerta muito ao mostrar esse aspecto, já que é impossível não se emocionar ao ver o público engolindo Senna após suas vitórias, acordando de madrugada para assistir suas competições realizadas em outros países, os muros pintados com seu rosto e os rostos de milhares de brasileiros pintados de verde e amarelo, com um orgulho que nunca presenciei em vida.
Além do que é mostrado, esse sentimento conjunto ocorre também através da trilha sonora que aposta em músicas como Simply The Best, a canção original de abertura da série e a música clássica das vitórias de Senna. Inclusive, minha mãe que não é fã de assistir séries, foi pega pela história quando ouviu o tema gravado nos anos 80, por Eduardo Souto Neto.
Em relação aos pontos negativos eu poderia mencionar toda essa história de Xuxa e Adriane, que realmente foi um desserviço da maneira como foi contada. Mas confesso que para além disso, não gostei muito de acompanhar a vida familiar de Senna, eu estava muito mais interessada em ver sua ascensão nas pistas e entender o contexto de todos os pilotos, assim como a visão da mídia sobre Ayrton.
Também sinto que a série poderia ter mais uns dois episódios para contextualizar melhor a vida do ídolo nacional entre 91 e 94, algo que foi passado muito por cima. Talvez até tivéssemos mais cenas de corridas, que com toda certeza foram as minhas preferidas.
De qualquer forma, essa é uma série que vale a pena de se assistir para os que viveram a era Senna, mas principalmente, para os não tiveram essa oportunidade.
