Mickey 17: extremamente político, mas não o melhor
A parte mais complicada de ser ótimo naquilo que se faz, é que os outros vão sempre esperar o impecável vindo de você e nem sempre é isso o que se tem para oferecer! Esse é o caso de Mickey 17, filme pelo qual eu nutria as maiores expectativas do mundo, simplesmente por ter sido feito pelo incrível Bong Joon Ho.
A história pode ter muitos paralelos e eles são extremamente fáceis de identificar, afinal, estamos falando sobre uma pessoa que é considerada descartável e segue encarregada de fazer as atividades mais perigosas dessa missão espacial, que busca colonizar um planeta já habitado, com uma população totalmente “pura”.
Para completar, ainda temos aquela fascinação gigante pela empresa/ igreja, que é sempre o motivo para as maiores atrocidades apresentadas durante toda a trama. Se você pensou em pelo menos uns três problemas sociais existentes e que estão retornando cada vez mais fortes por conta dessa onda de conservadorismo, bingo! Você entendeu a base desse filme. Só que isso não quer dizer que precisa gostar de todas as partes dele.
A caricatura funciona bem, assim como o personagem do Mickey, da Nasha e da jovem cientista, mas a história não se mantém somente com esses elementos, falta mais tensão, mais tempo com os animais cativantes e algo que realmente nos deixe obcecados pela trama, acho que no final (que ironia dizer isso), falta um pouco de molho.
Mesmo assim, esse é um filme divertido e que mesmo mediano, segue sendo melhor do que muitas outras produções hollywoodianas.
Mickey 17 está disponível na HBO Max.
