O Poço 2: o buraco é bem mais embaixo

O Poço 2 é um filme pouco sútil em suas críticas e alegorias, semelhante ao primeiro longa, que gerou muitas discussões sobre desigualdade social e agora continua discutindo o mesmo tópico, só que pela perspectiva de quem faz as regras, quem define culpados e quem os pune.
Eu acho que o longa poderia ter se aprofundado mais nisso, especialmente porque aqui “conhecemos” uma figura misteriosa que começa a impor ordem e implanta uma nova dinâmica entre os detentos: cada um come apenas a comida que falou na entrevista para entrar dentro do Poço. Parece simples né? Mas o ser humano consegue complicar tudo.
Nem todos concordam com essa regra, muito menos com as demais que pedem por comunicação e organização. E é aí que mora o problema, já que se a ideia é viver em uma comunidade pautada em justiça e solidariedade, como pode-se punir aqueles que desrespeitam a nova lei? É possível combater crueldade com mais crueldade?
Eu não acho um filme tão impactante quanto o primeiro, mas não deixa de ser bom e ter seus momentos memoráveis. Eu particularmente gostei muito da protagonista e apesar de ter achado o final bem anticlímatico, achei interessante como conecta os dois longas.
Tenho que elogiar também a construção daquele mundo e sua estética, que especialmente no momento da troca entre os andares me deixou completamente de cara com tamanha beleza. O Poço 2 está disponível na Netflix.