Oscar 2024: Pobres dos que ainda não puderam se deliciar com Poor Things
Indicado à uma chuva de Oscars, sendo o meu atual preferido para a categoria de Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Atriz, Poor Things ou Pobres Criaturas é único, basicamente aquele tipo de obra que a gente nem sabe como explicar, só que foi bom experenciar.
Cômico, visualmente marcante e bem esquisito, o longa é baseado no livro homônimo de Alasdair Grey, que referencia o clássico Frankenstein. Se passando em uma era vitoriana um tanto diferente, aqui conhecemos Bella Baxter, que foi trazida de volta à vida após seu cérebro ser substituído pelo do filho que ainda estava vivo em sua barriga.
O experimento se mostra um sucesso, visto que Bella evolui muito a cada dia e logo descobre os prazeres da vida, como o sexo, a música, as boas conversas, as viagens, as bebidas e as excelentes comidas. Querendo sair da metafórica jaula em que seu criador lhe colocou, a jovem foge com um advogado libertino e viaja pelos continentes, exigindo igualdade e experimentação.
A boa jornada que se sucede depende 100% do nosso interesse nas descobertas de Bella e em sua evolução, algo que me pegou do começo ao fim. Há muita beleza na forma dela de ver o mundo, mas aprender com a protagonista sobre as pobres criaturas que o habitam é ainda mais interessante.
Como mulher e sendo ávida por conhecimento, vemos Bella presa, podada e violentada por todos os cantos onde passa. Afinal, os homens em sua jornada acreditam ter poder sobre seu corpo, sua mente e tudo mais que possa configurar sua liberdade, em especial o sexo.
Só que Bella é uma criatura disposta a criar, pronta para absorver tudo o que esteja ao seu alcance. Sem filtros julgadores e sem medo de fazer qualquer coisa que possa aproximar seu coração da felicidade, é incrível vê-la crescendo, se transformando e deixando sua marca pelas pessoas que passam por sua história. Pois foi o que aconteceu comigo e o que espero que aconteça com todos vocês.
O filme está em cartaz nos cinemas.
