A CCXP 2024 se tornou um outro evento e temos que nos conformar
Na fila da CCXP estava conversando com um amigo sobre algo que ficou na minha mente e reflete perfeitamente como me sinto sobre o evento deste ano: “a gente tem que alinhar nossas expectativas, porque mudou” e realmente está diferente, a Comic Con Experience já foi o único evento com os grandes streamings do Brasil e hoje não é mais.
Como posso me desapontar com esse evento sendo que sei que a Netflix e a Disney não estão presentes por conta de suas próprias feiras? É um tanto injusto, ainda mais levando em consideração que eles estão se esforçando para manter a diversidade de painéis e chamam ótimas figuras como seus convidados próprios, eu mesma queria muito ter visto o Matt Smith e acho que o convite para trazê-lo foi certeiro.
É difícil porque eu entendo, mas a frustração ainda vem!
Existe um lado meu que viu o ápice dessa feira e não consegue desassociar o fato de que em 2019 vivi meu melhor aniversário gritando em painéis épicos, aos quais busco a sensação até hoje. Esse meu lado ainda não deu uma acalmada mesmo depois de três edições mais fracas em relação aos painéis: 2022/ 2023 e agora 2024, essa última para a qual eu não tinha expectativas de ver alguém em específico, mas também dormi na fila.
Dentre os painéis que assisti no domingo, apenas um me incomodou realmente, mas farei breve comentários sobre todos eles: Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa foi lindo, um painel que me remeteu a infância e foi extremamente bem pensado; Collider foi algo próximo do que vemos hoje na San Diego Comic Con, eu amei enquanto jornalista, mas entendo a frustração de uma galera com o anúncio; Globo (Vale Tudo) eu amei por ver a Thaís Araújo e a Paolla Oliveira, mas já vi eles fazendo melhor; Demon Slayer eu achei que seria chato, mas foi um dos painéis mais interessantes de acompanhar, em especial porque tivemos um momento de dublagem; Kraven teve um painel desorganizado, com cenas soltas e extremamente desapontador; Duna foi interessante, mas faltou a Max ter mais presença; por fim, tivemos o painel de Bailarina e isso sim é espetáculo.
Pequenos pontos negativos que também vale ressaltar são o fato de termos poucas opções de comida da bomboniere, a latinha de refrigerante custar R$ 15 e a falta de organização dos espaços, já que o som vazava do palco Omelete para o palco Thunder e isso se tornou até um pouco vergonhoso em alguns momentos.
Eu obviamente continuarei participando do evento, sinto que é minha tradição de final de ano, mas começo a ponderar sobre dormir na fila, sobre comprar o ingresso no primeiro lote e sobre o que posso considerar épico.