Chicago: um espetáculo de espetacularização
Eu amo filmes musicais e, por serem muitos, tenho visto os clássicos aos poucos. Estou falando isso para vocês, mas o Youtube já percebeu, porque do nada me indicou They Both Reach The Gun, a cena musical que me deixou obcecada e fez com que eu assistisse Chicago.
No longa, acompanhamos a história de Velma Kelly, uma famosa dançarina que é também a principal atração da boate onde trabalha. Após matar seu marido, Velma entra em uma seleta lista de assassinas de Chicago, a qual é controlada por Billy Flynn, um advogado que busca sempre aproveitar ao máximo da situação.
Na mesma prisão em que ela está conhecemos a aspirante a cantora Roxie Hart, que sonha com um mundo de glamour e fama, até que mata seu amante após uma briga. Billy fica sabendo do crime e decide adiar ao máximo o julgamento de Velma, de forma a poder explorar os dois assassinatos ao máximo nos jornais.
E aí está o brilho de Chicago, especialmente para uma jornalista como eu, pois vemos de perto como a mídia é facilmente manipulável e segue como um poderoso veículo para ditar opiniões que são apenas seguidas, nunca questionadas. O filme é sagaz ao transformar essa espetacularização em espetáculo, deixando sua mensagem mais evidente e provocativa.
Ninguém ali realmente se importa se Roxie ou Velma assassinaram outras pessoas, a disputa é pela história que mais gera conexão, pelo sorriso mais bonito, pela personagem que se esforça mais para ser submissa ao olhar do público (em especial dos homens) e pela fama. Isso te lembra de alguma coisa?
Como já falei no começo do texto, They Both Reach The Gun é um número musical à parte e exemplifica bem isso. Mas fora ele, gosto de como todos os outros se integram naturalmente na história o que parece óbvio quando estamos falando de um bom musical, mas merece ser ressaltado, principalmente por Razzle Dazzle e Cell Block Tango .
Assista Chicago!