FREAKS INDICA

Hilda Furacão voltou a ser sucesso não por ser uma queridinha, mas porque é boa mesmo!

Minissérie aborda romance, burguesia e o contexto histórico brasileiro

Quando eu era criança ouvi muita gente falar sobre beleza da Ana Paula Arósio e como era uma pena ela ter se afastado das novelas. Em 2024, muitos anos depois disso, entendo perfeitamente o que essas pessoas queriam dizer. Com um hype imenso após repercutir fora do país, assim como nas edits do Tik Tok e nas fanartes do Twitter, fiquei curiosa com Hilda Furacão e posso dizer que estou apaixonada pela produção.

Na minissérie, de 1998, conhecemos Hilda Gualtieri Müller, uma bela moça da alta sociedade que desiste do casamento no dia da cerimônia, rompe com a família e vai morar na zona boêmia e de prostituição de Belo Horizonte, tornando-se a mais disputada mulher da capital mineira. Se isso seria uma grande fofoca hoje, imagina em 1950, época em que a minissérie se passa.

Toda esse “desafio” às regras da moral e dos bons costumes é o que movimenta a trama, fazendo com que as damas da alta sociedade se revoltem contra Hilda, acreditando que sua fama tem total relação com a crescente dois ideais comunistas no Brasil. Por outro lado, temos todos os maravilhosos personagens da zona, que acolhem a garota e vão crescendo junto com ela, encantando todos os espectadores.

Leonor e Hilda, as melhores amigas da zona boêmia!

Não tem como deixar de criar um apreço por Leonor, Maria Tomba-Homem, Cintura Fina, Jabuti, Divinéia, Seu Olavo e os demais personagens desse núcleo. Inclusive, as coisas perdem um pouco a mão quando deixamos essa trama de lado e nos focamos bastante nos personagens comunistas da novela, que fora Roberto- meu crush aqui- é só caricato mesmo.

Completando a história temos os dois melhores amigos de Roberto em cena, todos vindos de Santana dos Ferros (outra parte da história que vai crescendo no coração) para BH, o seminarista Malthus, conhecido como “O Santo”; e Aramel, um rapaz muito bonito que pretende aprender inglês, sonhando em um dia ser ator em Hollywood.

Dentre todos esses personagens, obviamente o interesse romântico de Hilda tinha que ser Malthus, interpretado magnificamente por Rodrigo Santoro. Percebendo bondade naquilo que aprendeu ser devasso e pecaminoso, o seminarista também se apaixona pela prostituta, ocasionando cenas icônicas como a que se beijam na frente da cruz ou a que ele entra disfarçado no quarto dela.

Há tanta ânsia pela presença um do outro, tantos obstáculos e amor nessa história que é impossível não torcer pelo casal

Não tem como, eles são um casal icônico! Gosto do fato de que mesmo sendo os protagonistas, tem outras coisas para fazer além de serem apaixonados um pelo outro. Malthus vive nessa constante pressão de ser perfeito e, antes mesmo de Hilda, já andava na corda bamba controlando seus pecados através da gula, um outro pecado. Já Hilda, tem que entender o que realmente quer, o que a empolga e faz feliz.

Com uma trilha sonora marcante, fotografia impecável e 32 episódios cativantes, é até difícil de assimilar que essa produção tem a minha idade, inclusive, não consigo imaginá-la sendo desenvolvida hoje com tanta acidez, liberdade e beleza.

Recomendo muito que vejam, Hilda Furacão está disponível no GloboPlay

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