Batem à Porta é contido, mas cumpre o que propõe 

Sem muitas reviravoltas, mas cheio de conexão com os espectadores, Batem à Porta pode ser um filme simples, mas que certamente foi bem feito. É até estranho saber que a obra possue direção de M. Night Shyamalan, que normalmente gosta de gerar impacto e, no entanto, apresenta aqui uma produção bastante contida.

No filme, Eric e Andrew estão de férias com sua filha Wen, em uma cabana isolada de tudo e todos, no campo. No entanto, a calmaria do passeio dá lugar para um completo desespero quando quatro estranhos armados conseguem entrar à força na cabana e tomam a família como refém.

De personalidades distintas, mas motivados por um mesmo objetivo, eles não querem dinheiro e não estão fazendo uma vingança pessoal, precisam “apenas” que um dos membros da família seja usado como sacrifício para evitar o apocalipse iminente e, claro, por vontade própria.

Neste sentido, um ponto positivo e negativo do filme é o fato de nos fazer questionar se esses personagens realmente estão falando a verdade ou se fazem parte de um culto lunático e, mesmo que isso seja ótimo para cativar curiosidade, o problema é que essa pergunta é respondida e seria tão melhor se não fosse!

Aliás, a principal pergunta de Batem à Porta e que deveria ser a única a ter um desfecho é: a existência da sua família é mais valiosa que a do resto do mundo? E é nela que nos conectamos, sobre ela que ficamos refletindo depois.

Por conta disso, a dinâmica de Ben Aldrige, Jonathan Groff e Kristen Cui é tão importante, pois passa toda a pureza existente no relacionamento dos três, deixando bem claro o tanto de amor e acolhimento que existe nesta família.

No fim, Batem à Porta é agradável e reflexivo, mas não passa disso. Caso queira assistir, o filme está disponível para compra no YouTube.