Baú da Freaks: Jungle Cruise
Quando algo envolve Disney, The Rock e Emily Blunt, a possibilidade de eu assistir é grande, mas no momento em que eu ouvi o nome Brasil, elas chegaram em 100%. Não tinha como eu não ver Jungle Cruise, mas gostar do filme já é outra história. Aqui nós acompanhamos a aventureira Lily, que junto ao seu irmão McGregor, viaja para o nosso país em busca de uma árvore que tem poderes extraordinários.
Na Amazônia, eles conhecem o trambiqueiro Frank, que os ajuda a descobrir este lugar, também buscado por pessoas más e muito ambiciosas. A partir do momento em que o filme dá para Frank esse ar de um trapaceiro, que conta com a ajuda de pessoas indígenas para roubar turistas, e ainda por cima, tem como melhor amigo uma onça, eu já percebi que logo apareceria alguém falando em espanhol- e nem demorou muito- e vou ser honesta, eu meio que já estou cansada de ver esses estereótipos absurdos em obras audiovisuais.
Depois nós até descobrimos que os vilões são mesmo da Espanha, mas esse nem é o ponto, falta Brasil de verdade, afinal, nem aqui o filme foi gravado. Para citar mais alguns pontos negativos, digo também que o longa enrola muito em cenas completamente descartáveis, possui alguns efeitos especiais deixam a desejar e tem um dos vilões que é caricato a ponto de dar vergonha alheia.
Agora que fui ranzinza, quero comentar sobre as coisas que gostei de Jungle Cruise, e a primeira delas são os irmãos Houghton, Lily e McGregor não performam os papéis exigidos pela sociedade, sendo livres, intensos, honestos com quem são e mostrando que mulheres não sexualizadas e homens gays também podem- devem- fazer parte de grandes aventuras. Frank também tem seu carisma, este que vem do The Rock por meio das piscadinhas clássicas, o sorriso galanteador e um ótimo timing de comédia. Aliás, todos os atores principais daqui estão ótimos e seguram o filme muito bem. Gosto ainda da dublagem, que acrescenta frases muito típicas do nosso país, como a famosa: “o golpe tá aí, cai quem quer”.
Inclusive, preciso dar o braço a torcer sobre algo relacionado ao BR, adorei que a todo momento temos falas maravilhadas de Lily sobre a preciosidade da nossa fauna e flora, que de fato, são encantadoras mesmo. No fim, Jungle Cruise pode até chegar longe de ser perfeito, mas vale muito a sua atenção por seguir a fórmula de Piratas do Caribe atualizando alguns aspectos relacionados à representatividade e trazendo uma mensagem bem legal sobre o cuidado que devemos ter com os nossos recursos naturais. O filme tá aí, assiste quem quer!