Entrevista com o Vampiro traz de volta o melhor dessas criaturas
Talvez, em breve, eu escreva uma review sobre o filme de Entrevista com o Vampiro, no entanto, hoje venho aqui para pregar a palavra da série que adapta essa incrível história de Anne Rice. Produzida pelo AMC, a obra se beneficia ao apresentar uma visão mais atual e ganha muitos pontos por não ter medo de mostrar sangue.
Aqui, acompanhamos Louis, um vampiro centenário que decide contar sua história de vida uma segunda vez para o repórter Daniel. Em seu passado, nosso protagonista conheceu o vampiro Lestat, que lhe ofereceu uma nova existência, uma que com o tempo, ele começa a repudiar. Ao se tornar um vampiro, Louis se vê condenado ao sofrimento de uma vida eterna e cheia da vontade incontrolável por sangue humano, fato que muda aos poucos, quando ele conhece Claudia, uma menina brilhante e sonhadora que passa a considerar como sua filha.
Ao dar uma nova roupagem para essa história, que é um belo romance gótico, sinto que finalmente voltamos a ter obras empolgantes envolvendo essas criaturas tão distintas. A caracterização, o cuidado com as ambientações, os protagonistas e toda a sensação de perigo que Lestat e Claudia despertam é envolvente, viciante.
Também acho interessante como todos os personagens aqui são questionáveis, todos fazem coisas horríveis, uns mais que outros, mas durante os episódios nos vemos torcendo para que as coisas deem certo, em especial quando o assunto é a família constituída por Louis, Lestat e Claudia, pois eu facilmente assistiria uma série deles sendo só felizes.
Neste sentido, preciso falar do trabalho de Bailey Bass, Jacob Anderson e Sam Reid, que tem uma química gigante em cena e, ainda entregam atuações que oscilam muito bem entre o amor e o ódio. Por mais que essa seja a história de Louis, os outros dois personagens são tão protagonistas quanto ele.
Por fim, algo que não poderia faltar nesse texto: temos um casal gay protagonizando uma série sobre vampiros, que aliás, mostra personagens pretos ascendendo socialmente, mas sem ignorar o racismo e a homofobia latentes do passado e do presente. Essa é definitivamente uma série que vale o seu tempo, em especial se ainda não tiver adentrado no universo de Anne Rice.