Especial Little Women – Uma jornada desde 1868
Fala Freaks!
Hoje trago para vocês o especial de Little Women, Adoráveis Mulheres, ou ainda, Mulherzinhas, a história de quatro irmãs crescendo entre 1861 e 1865, durante a Guerra Civil Americana.
Li o livro e decidi ver todas as adaptações que pude encontrar, sendo que a primeira registrada (ainda existente) é de 1933 e a última saiu em 2019. Me acompanhe por essa linda jornada cheia de ensinamentos:
As Mulherzinhas
O livro de Louisa May Alcott foi escrito em 1868 e surpreende por se manter muito atual, conversando com os dilemas femininos que existem até hoje, apesar de atualmente apresentarem outras roupagens.
Jo é definitivamente uma mulher à frente de seu tempo e junto com suas irmãs, mostra diversas facetas da força feminina. Esse foi um livro que me emocionou para além dos momentos tristes, me deu força e deixou meu 2022 mais feliz, pois existe tanto amor ali… É indescritível o laço criado com a família March.
Aliás, apesar de amar nossa protagonista Jo, a responsável Meg e a adorável Beth, não tem como Amy não ser minha preferida, pois demonstra tantos defeitos e é tão real que me identifiquei, o que também continua nas adaptações. Agora bora falar delas?
As Quatro Irmãs (1933)
O primeiro filme traz atuações caricatas e muito marcantes, bem no estilo de cinema antigo, sendo que o principal destaque vai para Katharine Hepburn, inclusive, o filme é dela!
Interpretando Jo, Hepburn é enérgica e consegue transmitir um glamour todo especial, típico da época. Esse filme se foca muito mais nela do que nas outras irmãs, o que quebra demais a história e dificulta o entendimento da passagem de tempo, no entanto, o carisma da atriz compensa isso.
Aqui eu sinto falta do desenvolvimento dos dons de todas as nossas adoráveis mulheres, e além disso, vejo um Laurie bem diferente do que deveria ser.
Quatro Destinos (1949)
Já em cores e com uma trama que ganha linearidade, Quatro Destinos se mostra um filme mais completo e apesar de pular alguns fatos que considero importantes para a trajetória de Mulherzinhas, capta muito bem a essência da história, que é o amor dessas irmãs.
O filme copia algumas modificações feitas em As Quatro Irmãs e tem cenas idênticas ao primeiro longa (posicionamento de câmera, atuação e falas), mas surpreende com uma mudança que cabe perfeitamente, colocando Beth como a mais nova do grupo, o que confere uma fragilidade maior para a personagem.
Gosto demais das atuações e dos cenários, mas sinto falta da conexão entre Laurie e nossas adoráveis mulheres.
Little Women (1978)
Garantindo mais tempo para se aprofundar nos personagens, em 1978, foi produzida uma minissérie de Little Women. Com dois episódios, cada um com cerca de 1h40, essa foi uma das abordagens mais diferentes da história.
O roteiro acaba misturando muitos dos acontecimentos e não dá nenhuma gravidade para eles, mas o pior nem é isso, aqui temos uma Jo sem muita personalidade, uma Beth pouco tímida e uma Amy quase nada expansiva.
A verdade é que a história tenta cobrir tudo o que foi escrito no livro, o que deixa muitas cenas sem emoção, mas mesmo assim, recomendo demais que vejam se a intenção for conferir em tela muitas das cenas que normalmente fogem das adaptações, como Laurie jogando sinuca, Amy saindo de casa exclusivamente para pintar, o piquenique de Laurie, Jo aprendendo alemão.
Essa versão pode ser assistida no YouTube.
Adoráveis Mulheres (1994)
Com Winona Ryder como Jo e Kirsten Dunst como Amy (enquanto pequena), essa é a minha segunda versão preferida, pois capta a essência da dinâmica entre as irmãs March, e para além disso, é a primeira a não mostrar Meg apenas em seu plot de casamento.
O legal é que aqui Jo continua sendo a protagonista, mas Beth, Meg e Amy também ganham destaque, mostrando como são diversas e fortes. Ainda sinto que o lado artístico de Beth e Amy acaba um pouco negligenciado, no entanto, é mais mostrado que nas adaptações anteriores.
Já quanto a Laurie, que bom ver ele fazendo parte dos March (de fato)! Neste filme finalmente vemos um retrato mais fiel dele.
O longa pode ser encontrado na Netflix.
Adoráveis Mulheres (2017)
Com ótimas atrizes, um ritmo cativante e cenas que antes não haviam sido adaptadas, uma minissérie de Adoráveis Mulheres foi feita pela BBC One, e confesso, é a minha preferida!
Ao decorrer de três episódios, vemos em mais detalhes a relação das irmãs March, e aqui vemos até novas interações entre Amy e Meg, assim como Jo e Beth. Até mesmo os pequenos flertes de Laurie para Jo são mais aprofundados aqui, assim como as brigas dos dois.
Eu só queria um episódio a mais, para que pudéssemos ver melhor o casamento de Meg, o tempo de Jo em Nova York e de Amy na Europa, nenhuma das adaptações se foca tanto nisso, mas acredito que deveriam.
Além disso, gosto demais de Kathryn Newton como Amy, acho Maya Hawke uma Jo sensacional e tenho um carinho profundo por Willa Fitzgerald.
A adaptação está disponível no Prime Video.
Jovens Mulheres (2018)
De todos os filmes que listei aqui, este é definitivamente o único que não vale seu tempo. Em Jovens Mulheres, a história de Louisa May Alcott passa por uma repaginada e se situa nos dias de hoje, o que deixa os conflitos meio deslocados e faz com que o filme fique sem coração.
Aqui temos uma Jo muito egoísta, mas que ao mesmo tempo, demonstra certa imaturidade e inocência, talvez ela seja a que mais se assemelha a versão original. No entanto, a atriz falha ao trazer mais da personalidade forte necessária para a protagonista.
Esse filme faz um negócio absurdo de ruim com Laurie, que aqui, só tem o mesmo nome que o personagem do livro, me deu até desgosto. E para o meu próprio espanto, me fizeram odiar até a Amy (sério, isso é realmente um problema).
Uma adaptação falha, não há dúvidas.
Adoráveis Mulheres (2019)
Cheguei ao final da minha jornada por entre as adaptações de Little Women, sendo que está é a que mais enche meu coração de amor, além de mostrar a dinâmica que mais se aproxima do que imagino a família March.
Aqui temos atrizes que estão ótimas em seus papéis, no entanto, dou um destaque especial para Florence Pugh, que retrata uma versão muito expansiva e elegante de Amy, diria que a melhor. Já no caso de Laurie, este não é o meu preferido mas demonstra uns traços da boemia contida na essência do personagem e isso eu gostei de ver.
Levando em consideração a adaptação de 2018, preciso dizer que este filme é o que melhor consegue adaptar questões sociais em grande discussão nos dias de hoje, isso, sem deixar a época na qual a história se situa e nem mesmo descaracterizar Jo.
Uma adaptação emocionante, confiram na HBO Max.
Bom, agora que cheguei ao fim, quero deixar registrado aqui quais são meus atores preferidos para estes icônicos personagens: Maya Hawke (Jo); Florence Pugh (Amy); Claire Danes (Beth); Susan Sarandon (Meg) e Jonah Hauer-King (Laurie).
Gostaram do especial Freaks?
Se a resposta for sim, definitivamente voltarei com outros.