Máfia da Dor é acelerado até demais
Costumo gostar desses filmes mais aceladorados, que usam música pop e uma montagem rápida para dar aquela sensação de que uma gambiarra é “legal”. Só que esse artifício usado em uma obra de mais de duas horas, sem qualquer parcimônia, acaba dando até dor de cabeça e, não ironicamente, esse é meu sentimento sobre Máfia da Dor.
Estrelado por Emily Blunt, o filme conta a história de Liza, uma mãe solo que está em seu limite. E, por isso, decide trabalhar em uma startup farmacêutica, só que o que parece ser uma trajetória ascendente economicamente, se mostra um perigoso esquema de extorsão.
Inspirado em fatos e em um livro homônimo de Evan Hughes, a produção expõe a crise de opioides e seus principais causadores: a ganância e o desespero. O esquema criminoso vai crescendo desenfreadamente, assim como o vício dos pacientes, o que é difícil de assistir, independentemente da forma como é mostrado.
Nesse sentido, acredito que seria interessante que David Yates tivesse segurado um pouco a mão enquanto fazia essa obra, dosado mais os momentos de euforia com o verdadeiro drama por trás dessa história, afinal, quando apenas um tom é apresentado, outros mais interessantes podem ficar de fora.
Máfia da Dor está disponível na Netflix.