FREAKS REVIEW

Oppenheimer mostra porque a experiência de ir ao cinema vale a pena

Acredito que veremos Cillian Murphy como um nome de destaque nas premiações

Oppenheimer não é o meu tipo de filme, inclusive, antes de ir para a minha sessão, pensei muito em desistir, mas depois de ver o longa, posso garantir que dificilmente alguém sairá dele sem estar impactado. Pode ser pela bomba, pela história, pelas atuações ou simplesmente porque o som é estrondoso no melhor sentido da palavra, a questão é que em três horas, essa experiência entrega tudo isso e muito mais.

Dirigido pelo divisivo, mas muito eficiente, Christopher Nolan, o longa se baseia no livro biográfico vencedor do Prêmio Pulitzer, Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer, escrito por Kai Bird e Martin J. Sherwin. Com muita história e política envolvida, pensei que Oppenheimer seria difícil de entender, mas muito pelo contrário, ele te cativa a procurar mais, porém não te deixa na mão quando o assunto é contexto.

Ambientado na Segunda Guerra Mundial, o longa acompanha a vida de J. Robert Oppenheimer, físico teórico da Universidade da Califórnia e diretor do Laboratório de Los Alamos durante o Projeto Manhattan – que tinha a missão de projetar e construir as primeiras bombas atômicas. A trama acompanha o físico e um grupo formado por outros cientistas ao longo do processo de desenvolvimento da arma nuclear que foi responsável pelas tragédias nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945.

É muito interessante entrar na cabeça desse gênio, mas para além disso, o fato de que em nenhum momento o longa justificar 100% tudo o que ele fez, tendo como um ótimo contraponto o cientista Albert Einstein, que aparece em momentos pontuais, mas sempre muito proveitosos. A questão é que se torna difícil julgar uma pessoa tão cheia de erros e acertos como Oppenheimer era, só que jamais podemos nos esquecer da dor e das mortes causadas por ele.

Aliás, as cenas em que vemos a culpa engolindo Oppenheimer são ótimas nesse sentido, pois mostram o mundo dele desabando e, ao mesmo tempo, o tamanho da devastação que causou. O que mais me surpreende nessas cenas, na verdade na obra toda, é que os efeitos sonoros são todos muito bem trabalhados, impactantes de uma forma única, assim como a fotografia, que brinca demais com a luz e os efeitos de uma explosão, é bem pensada e executada.

Gostei de tudo em Oppenheimer, mas se tiver que reclamar de algo, acho válido dizer que faltou vermos um pouco mais da personagem de Jean, entender as complicações pela qual passou e o motivo dela ter sido tão especial para Oppenheimer. Fora isso, achei tudo bem estruturado, o que para mim, torna este um dos melhores filmes do Nolan.

Sobre o elenco, que merece muito reconhecimento, acredito que veremos Cillian Murphy como um nome de destaque nas premiações, assim como Robert Downey Jr., Florence Pugh e Emily Blunt concorrendo nas categorias de coadjuvantes. Para além deles, temos também Matt Damon,  Gary Oldman, Jack Quaid, Gustaf Skarsgård, Rami Malek e Kenneth Branagh.

Se puder, assista Oppenheimer no cinema, é uma experiência que vale a pena!

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