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Parks and Recreation: um texto para exaltar Leslie Knope

Leslie acolhe Ann ao invés de rivalizar com ela

Quando comecei a assistir Parks, a primeira coisa que me pegou verdadeiramente na série foi sua protagonista, Leslie Knope, o tipo de personagem que em outras obras de comédia seria vista como uma loser, que recebe pouca atenção e não é correspondida em seus relacionamentos. No entanto, apesar de termos um pouco dessa dinâmica na primeira temporada, eles passam longe de fazer deste o centro da história da futura presidente dos Estados Unidos.

Já no início, quando Leslie promete ajudar Ann, vemos como ela se esforça de verdade (fazendo isso até o fim) e acolhe a pessoa que viria a ser sua melhor amiga sem nenhum medo ou insegurança. Inclusive, quando Ann começa um relacionamento com o interesse amoroso de Leslie (ainda o Mark), diferente do que normalmente fariam nas séries, vemos as duas aprendendo a lidar com a situação e sendo honestas uma com a outra.

Leslie não é apenas uma boa amiga, também se mostra uma excelente mentora para April, uma “mãe” para Andy, uma pessoa quase decente perto de Gerry e uma embarcadora de hypes quando o assunto é Tom, mas o meu relacionamento preferido dela é com Ron, mostrando que por mais empolgada que seja, ela respeita os limites dos amigos (sempre que se lembra disso) e o mais importante, ela os ouve. Isso resulta nas minhas duas cenas preferidas da série: quando ela dá a ele uma viagem de presente e quando ele pede ajuda a ela para conseguir um novo emprego.

Mudando o foco para outro dos personagens mais importantes que lidam com ela, falta eu mencionar o homem que se apaixonou por toda a intensidade de Leslie Knope: Ben. Gosto de como as interações entre eles mesclam os aspectos corporativos, românticos, amigáveis e políticos todos em um só (meu relacionamento dos sonhos), certa vez, Ben diz algo como “discutir com você é como discutir com o sol” e eu acho que nada exemplifica mais a paixão, o comprometimento e a lealdade desta personagem do que isso.

“Discutir com você é como discutir com o sol”

Acredito que eu me apaixonei pela Leslie, o que me fez passar por temporadas que eu não gostei tanto como a quinta, a sexta e a sétima, porque de certa maneira eu me identifico muito com ela. E diferente do que vi acontecendo em outras séries, eu percebo que os roteiristas de Parks se empenharam em trabalhar essas características tão identificáveis dela não como um estereótipo, mas sim com a profundidade que mereciam.

Válido dizer que estamos falando de uma mulher protagonista, em um cargo de poder e que prioriza seu trabalho acima de tudo, conseguem imaginar como seria fácil, cruel e extremamente mais simples fazer um humor totalmente óbvio e machista com ela? Só que ainda bem, não é isso que acontece.

Leslie ganha, enfrenta oposições, perde, tem que aprender a lidar com isso, vê sua vida toda mudando, vira mãe de trigêmios, erra muito, descobre que nem sempre está certa, adapta sua jornada, não abandona seus ideias, pede desculpas, faz seu trabalho da melhor forma que pode, é extremamente irritante, ajuda os amigos, não tem medo de demonstrar seu amor e por mais que adore uma rotina de sucesso, está sempre pronta para novos desafios.

Como me orgulho por me identificar um pouco com ela!

Se você chegou até aqui mas não sabe do que estou falando, pode conferir a história de Leslie Knope em Parks and Recreation, disponível na Prime Video.

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