Wandinha é o encorajamento que faltava para mais obras da Família Addams
Assisti Wandinha hipnotizada por toda a graça e estranheza desses personagens que há muito estão na cultura pop e, pelos que aqui, se mostram ótimos coadjuvantes originais. Abordando pontos novos e mostrando que a mitologia dos Addams pode ser ainda mais expandida, Wandinha se mostra uma ótima surpresa no catálogo da Netflix.
Nesta série, que possui a direção de Tim Burton, acompanhamos a inserção de Wandinha na Escola Nunca Mais, onde seus pais cresceram e floresceram. Ao descobrir que estranhos assassinatos estão acontecendo na cidade, ela começa a investigar a natureza desses crimes, percebendo também, que algo semelhante envolveu seus pais há 25 anos atrás.
O roteiro acerta ao abordar problemas comuns da adolescência como a dificuldade de se relacionar com os pais, primeiro amor, pertencimento e transformações corporais, mostrando a estranheza contida nessas situações, principalmente quando elas envolvem lobisomens, vampiros, sereias e videntes.
Aliás, a melhor parte disso, é o fato de que a personalidade de Wandinha: sagaz, fria e sarcástica, combina MUITO com a persona de um adolescente. Neste aspecto, não consigo pensar em alguém melhor para fazer esse papel do que Jenna Ortega, atriz que eu já conhecia por outros trabalhos, mas que aqui, garante maior reconhecimento do público geral.
A cena da dança de Wandinha é um dos perfeitos exemplos de como a atriz compreendeu sua personagem, com trejeitos duros e fortes, olhares fixos, drama e um pouco do que parece ser flamenco. É incrível ver outras camadas dela e saber que esta ainda é a mesma personagem, só mais crescida.
O mesmo pode ser dito sobre Gomez e Morticia, que tem um pouco de destaque aqui e mostram como uma série deles nos tempos de Nunca Mais seria, pelo menos, perfeita. Inclusive, espero que este seja o começo de mais produções no inverso dos Addams, já que o olhar de Tim Burton é perfeito para isso.
