A Cor Púrpura é dos filmes impossíveis de não reparar
“Eu acho que Deus deve ficar fora de si se você passa pela cor púrpura num campo qualquer e nem repara” – Alice Walker.
Essa fala reflete bem não só o nome da obra, mas também, a qualidade e beleza contida nela. A segunda adaptação cinematográfica de A Cor Púrpura é dolorosa, brilhante, sofrida e de final otimista, tudo isso amarrado em uma narrativa coesa que em cerca de duas horas nos faz navegar pela montanha russa cheia de altos e baixos que é a vida de Celie.
De início, me peguei querendo acompanhar a trajetória da brilhante Nettie, me sentindo triste por nos despedirmos tão cedo dela na história, no entanto, a protagonista de A Cor Púrpura vai crescendo em nós. Celie vai se libertando aos poucos conforme se aproxima das mulheres que passam por sua vida: a decidida Sofia, a apaixonante Shug e a querida Squeak.
Se no começo ela é apenas uma criança indefesa, com o tempo percebe sua beleza e seu valor, afinal, ela ainda está viva! Ainda existe apesar de todas as coisas horríveis pelas quais passou. Por isso, vê-la prosperar é de lavar a alma, nos faz ter fé no mundo e na crença de que existem pessoas boas nele.
Continuando a falar de coisas bonitas: o que é a fotografia deste filme? Cada frame é um quadro que poderia ir direto para algum museu e os números musicais são ainda mais evidenciados por isso, inclusive, tem uma canção interpretada pelas personagens de Celie e Shug que é o exemplo perfeito disso, porque faz parecer que estamos em um outro mundo de tão linda que é…
Como Alice e eu dissemos, A Cor Púrpura não deveria ser ignorada, então recomendo que assista!
O filme ainda está em cartaz em alguns cinemas.