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Medida Provisória é um filme doloroso, mas necessário 

Lázaro Ramos mostra uma boa direção

Alguns filmes despertam algo em nós que transcende a razão, que pega direto no emocional e nos faz encarar verdades que estão em nossa frente todos os dias, que talvez tenhamos vívido, presenciado ou ouvido relatos, mas que machucam porque fazem parte do Brasil que conhecemos, por serem reais e recorrentes.

Hoje vamos falar sobre Medida Provisória, filme de Lázaro Ramos, que tem em seu elenco as presenças potentes de Seu Jorge, Taís Araújo, Alfred Enoch, Emicida, Luís Miranda, José Hilton Santos, Aldri Anunciação, Adriana Esteves, Renata Sorrah e Jéssica Ellen. Além disso, nesta obra também somos agraciados com as vozes icônicas de Elza Soares, Baco Exu do Blues, Cartola e Liniker. 

No filme, em uma iniciativa de reparação pelo passado escravocrata, o governo brasileiro decreta uma medida provisória e provoca uma reação imediata no Congresso Nacional. Os parlamentares aprovam uma medida que obriga os cidadãos pretos a se mudar para a África na intenção de retomar as suas origens. A aprovação afeta diretamente a vida do casal formado pela médica Capitú e pelo advogado Antonio, além de seu primo, o jornalista André, que mora com eles no mesmo apartamento.

Em Medida Provisória vemos a luta da população para reclamar um espaço que é de direito de todos, afinal, o Brasil nunca foi dos brancos, é uma terra originalmente indígena! Então, quem os políticos acham que são para excluir a maior parte do país? Isso é de fato uma reparação história? Pois mais parece o contrário, como aconteceu na época da escravidão, quando os escravizados foram “libertados” e ficaram sem ter para onde ir ou como sobreviver.

Em resumo, o longa me emocionou demais e proporciona muitos debates necessários, importantes num país que é racista desde sua colonização e, hoje, encontra num governo nojento, forças para expressar esses preconceitos ridículos, que se passam por “opinião”.

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